Pastor Anderson Silva; enfim, paz
Das trevas para o escuro
“Nenhum soldado em serviço se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.” II Tim 2;4
Há pouco vi um vídeo do pastor Anderson Silva, assumindo sua recente descoberta da superioridade do catolicismo, em relação à fé que levava.
Esposou a sua certeza que, a “transubstanciação” de fato, acontece, apesar de nenhuma alteração no pão e no vinho, e consequentemente, fez dura diatribe ao protestantismo pelos seus inúmeros defeitos; entre eles celebrar a Santa Ceia “sem Cristo”.
Disse que cansou de 24 anos de guerras, comuns no seio protestante, e que agora, quer paz. Pois, no protestantismo cada novo desentendimento gera uma divisão, e essa, uma nova igreja. Enquanto o catolicismo, por ter uma diretriz central está livre dessas coisas. Não exatamente; há os sedevacantistas, os tradicionais, os modernistas etc.
Bem, vamos por partes. Que a aversão aos combates necessários deva ser a meta dos cristãos, é meio controverso. No texto inicial vemos Paulo exortando a Timóteo como sendo ele um soldado em pleno campo de Batalha. Agrade àquele que o alistou para a guerra.
Escrevendo aos Efésios, novamente usou a linguagem marcial, comparando os predicados necessários aos cristãos, com a armadura de um soldado bem equipado; terminou com a Espada do Espírito, A Palavra de Deus. Ef 6;10ss
Por fim, o Próprio Salvador, ensinou sobre as divisões que Sua Doutrina causaria, dizendo que os familiares dos convertidos seriam seus inimigos por causa disso; que viera lançar fogo sobre a Terra aludindo às mesmas coisas, por fim, que não viera trazer paz, mas espada. Luc 12;49 a 53
Portanto, se o pastor Anderson está cansado da peleja e pretende se retirar, é um direito dele. Entretanto, a convocação da Palavra do Senhor continua, e a advertência contra os que recuam, também; “Ora, o justo viverá pela fé; mas, se alguém retroceder, a minha alma não terá prazer nele. Nós, porém, não somos daqueles que retrocedem para a perdição, mas daqueles que creem para a salvação da alma.” Heb 10;38 e 39
O reducionismo das coisas de valor eterno, a mero rótulo, não é própria de homens sábios, por uma razão bem simples. O compromisso com uma corrente macro, poderá nos fazer parceiros de algo que discordamos, e adversários de outra coisa, com a qual concordamos. De outro modo: A verdade dita por um católico não deixa de ser verdade, nem uma mentira professa por um protestante deixa de ser mentira; e vice-versa. O reducionismo nisso, é estúpido
Logo, quem tem a defesa da verdade como alvo, precisa se abster, em parte, da sombra dos rótulos como valores absolutos. “Nada podemos contra a verdade, senão pela verdade.” II Cor 13;8
Num mundo dual como o que vivemos, combater à mentira em defesa da verdade, se torna natural, como respirar. Tanto que, ele mal “descobriu a verdade” e já está gravando vídeos de desagravos contra os protestantes, apesar de não querer mais combates, e desejar, acima de tudo, paz.
Se esteve 24 anos estudando e vivendo segundo a Bíblia conforme diz, e esse tempo não lhe foi suficiente para entender a urgência e necessidade do combate, em defesa da verdade; e, enfim, descobriu o rumo, sem mais nem menos de uma hora para outra, tudo clareou, num estalar de dedos.
Vai saber se não teve seu “caminho de Damasco”, no qual Jesus lhe abriu os olhos e finalmente revelou uma compreensão nova, embora, totalmente adversa às Escrituras.
Catolicismo começou a existir lá pelo quarto século. É falso que Pedro tenha sido Papa; tampouco esteve em Roma. É falsa também, a transubstanciação; A Palavra não a ensina nem os fatos demonstram. Que a pedra fundamental da Igreja seja Pedro, o próprio Pedro nega; I Ped 2;7
Enfim, é direito dele, reitero, se tornar católico e falar o que lhe aprouver. O que não cabe a ele nem a ninguém é a suposição que, por ter ficado doente, doravante todos devem igualmente ficar; que a doença passará a ser regra.
Nem sempre as divisões são ruins. Deus dividiu o reino dando dez tribos a Jeroboão e duas a Roboão; quando este quis guerrear advertiu: “… volte cada um para a sua casa, porque de Mim proveio isto…” I Rs 12;24
Em atos os obreiros se dividiram também. Atos 15;39
Nem, a divisão significa erro, necessariamente, tampouco, a unidade significa alinhamento à vontade de Deus.
Enfim, combater é inevitável, na Obra de Deus; todavia, nem toda a causa é meritória. Há quem peleje em defesa do indefensável. Por essas e outras, o apóstolo Paulo faz questão de pontuar que sua luta era coerente com o Divino propósito para ele. “Combati o bom combate…” disse.
Compartilhe este conteúdo:
Publicar comentário