Grafotécnico
As venturas camufladas
Notícias soturnas do bilhete que não veio
falam de cada coisa que nós não fizemos;
o banquete anelado, com todo seu recheio
fausto e majestoso, previsto, ora, é menos;
ler novas, assusta, na maldade do mundo,
pois, pode ainda ser maior do que cremos;
encher de pão injusto, coração vagabundo,
zombando, pois, sequer o pão justo, temos;
são os desencontros dos anseios e sentires,
com os atos, o seu sombrio e dorido tranco;
um devir maiúsculo que se pinta de arco íris,
e cotidiano sisudo desfilando preto e branco;
às vezes, o bilhete que faltou, nem é maroto,
há, venturas disfarçadas, nos pacotes breus;
apressados podemos atribuí-los ao canhoto,
porém, olhando bem, é a caligrafia é de Deus;
Ele, inda cambia, manchetes desse pasquim,
e na desdita, se escreverá a coluna, ventura;
tempo gira a manivela, o fruto madura, enfim,
se mostrará mui luminosa essa vereda escura…
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