Os escândalos
O opróbrio de Cristo
“Saiamos, pois, a Ele (Cristo) fora do arraial, levando Seu opróbrio.” Heb 13;13
Ou, infâmia, desonra, vergonha. Mas, o que O Senhor fez, para precisar passar por isso? Alguma coisa que seja vergonhosa? Ele não; mas muitos que se dizem Dele, sim.
Quando Paulo perseguia aos cristãos, no célebre incidente a caminho de Damasco O Senhor lhe perguntou? “Por que Me persegues?” Sua identificação com Seus servos era tal, que os perseguir, foi visto pelo Senhor, como se, Ele fosse perseguido.
Assim, nas coisas vexatórias também. Por isso a seriedade da advertência de não tomarmos O Nome Santo, em vão; “O firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os Seus: Aparte-se da injustiça todo aquele que profere o Nome do Senhor.” II Tim 2;19
Qualquer motivo de escândalo, dado por alguém, que, invoca sobre si O Santo Nome do Senhor, acaba sendo uma vergonha para Cristo. Por isso, os fiéis são convidados a levar o “Opróbrio de Cristo”.
Os escândalos no meio cristão podem ser vistos de duas perspectivas; de fora, ou de dentro. Aos alheios, essas coisas mostrariam que eles estão certos, por não se “misturarem com essa gentalha”; em geral riem, como se, a água suja que veem em nosso meio, fosse um banho eficaz, no seu.
Dentre os que se dizem, igreja, nem todos têm maturidade para lidar de modo sadio com essas coisas, que, infelizmente, acontecem. Muitos folgam porque o escândalo não foi com alguém da sua denominação, ou, da mesma ramificação eclesiástica. Reformados, tradicionais, pentecostais, neopentecostais… Um escândalo no seio do cristianismo, não importa sob qual guarda-chuva, é um fragmento do “Opróbrio de Cristo.”
Quem cresceu, envergonha-se por essas coisas, malgrado, as advertências da Palavra, que elas seriam inevitáveis.
Os de fora, além de rirem e zombarem dessas coisas poderiam refletir, se assim o quisessem. Pois, se apesar de tantas situações dolorosas acontecendo em nosso meio, ainda persistimos, preferindo a condição de vidraças a de estilingues, como eles, quais seriam nossos motivos?
Ah, mas tem muitos mercenários que enriquecem com a ingenuidade alheia explorada e esses não sairiam por motivo nenhum; certo. Mas esses, do ponto-de-vista dos idôneos que são maioria, também são motivo de escândalo, com seus feitos. Refiro-me aos envergonhados, que não auferem nenhuma vantagem terrena, e ainda assim permanecem; quais seriam seus motivos? Se eu estivesse de fora, estou seguro de que pensaria sobre isso.
O Salvador preveniu: “Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem, perseguiram e mentindo, disserem todo mal contra vós por Minha causa. Alegrai-vos e exultai, porque é grande vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós.” Mat 5;10 a 12
O Senhor não estava se referindo a sofrermos escárnios por ter cometido escândalos; antes, ao fato de que os cristãos seriam perseguidos “por causa da justiça”.
Portanto, não apenas a “vergonha alheia” dos maus cristãos temos que sofrer; antes, os ataques gratuitos daqueles que detestam aos bons. Se, no primeiro caso alguém poderia motejar com indiferença: “Bem feito! Quem mandou cometer um deslize?” no segundo, qual seriam as razões das perseguições?
Todavia, os fiéis idôneos resistem a umas e outras, e perseveram, por quê? Também foi O Salvador que ensinou acerca da mudança de perspectiva de quem O encontra:
“O Reino dos céus é semelhante a um negociante que buscava boas pérolas; encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e a comprou.” Mat 13;45 e 46
Comparando as dores da caminhada, com a excelência de Cristo, Paulo falou assim: “Por isso não desfalecemos; mas ainda que o nosso homem exterior se esteja consumindo, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós cada vez mais abundantemente um eterno peso de glória;” II Cor 4;16 e 17
Pois, a “leve e momentânea tribulação” dele incluía, açoites, apedrejamento, naufrágio, perseguições, prisões, e por fim, martírio.
Essa ousadia ilimitada que marca às almas que O conhecem, de duas possiblidades uma: ou padecemos um fanatismo doentio desconexo da realidade e incurável; ou, Jesus é mesmo o que A Palavra diz: Reis dos Reis, Santo, Majestoso, Maravilhoso Conselheiro, Príncipe da Paz, Senhor dos Senhores, Sumo Pastor, presença amiga e fiel, junto aos que O servem.
As tentações são aferidoras que mensuram a saúde espiritual de cada um; os escândalos, o diagnóstico das enfermidades que estavam ocultas, e O Médico dos Médicos revela, para dar ocasião aos doentes de ainda buscarem cura.
Quem apenas ri de fora, está igualmente doente, quiçá, pior. O trágico é que anda descuidado, acreditando que está vendendo saúde.
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