Sede e vontade de beber

“O Espírito e a noiva dizem: Vem. Quem ouve, diga: Vem. Quem tem sede, venha; e quem quiser, receba de graça a Água da Vida.” Apoc 22;17 

Essa condicionante não foi deixada como uma prudência ante a possibilidade de alguém não estar com sede. Mas, como a reiteração do Divino respeito ao arbítrio dado. Se alguém assegurar que não está com sede, será respeitado. 

Acontece que, tanto a pessoa pode não identificar a própria sede, quanto, identificando-a, recusar-se a admitir. “Não queremos que Esse reine sobre nós.” Disseram de Jesus. 

Davi, que vivera um milênio antes, em seus escritos dizia: “Minha alma tem sede de Deus, do Deus Vivo.” Sal 42;2 Afirmara, que, tal anseio se poderia comparar ao anelo de um cervo pela corrente das águas, ou de um vigilante noturno esperando o amanhecer. 

Quantas vezes, estando alguém, perto da fonte espiritual, não a consegue identificar, como a samaritana junto ao poço de Jacó. “Se tu soubesses quem É O que fala contigo tu lhe pedirias Água Viva.” Disse O Salvador, ante a insipiência da mulher. Jo 4;10

Muitos, invés de pedirem Água Viva, ao Único que a pode dar, preferem o engano de fontes alternativas, cujo refrigério também é enganoso. Dão vastas asas aos anseios de prazeres carnais, que saciam ilusoriamente por um instante; depois, acentuam ainda mais a alma vazia. Tais, pedem uma oração a quem, sabem, serve ao Senhor; aliviados retornam às mesmas coisas às quais estão habituados. 

Outros, aparentemente mais corajosos, até vão a ambientes onde a Água da Vida é servida, mas não bebem. Ouvem à mensagem que pode transformar cabalmente suas vidas, porém não se deixam moldar por ela. 

O ouvinte descuidado, Tiago comparou a um homem que, se contempla no espelho, e logo que sai de diante, se esquece da própria fisionomia. O espelho os reflete; mas eles têm medo de refletir. Ao entenderem que carecem deixar seus vícios ilusórios, preferem bancar os desentendidos. 

Spurgeon dizia: “Basta um homem para levar um cavalo até às águas; cem homens não serão suficientes para forçá-lo a beber.” 

Assim, basta um mensageiro idôneo, para levar Água da Vida a quem o ouve; todos os pregadores do mundo não serão bastantes para forçá-lo a crer. Da boca até às orelhas qualquer um poderá levar a Palavra; do ouvido ao coração, apenas O Espírito Santo. “Ele convencerá o mundo do pecado”. Aqueles que dependem de que um pastor, padre, ou um Papa diga-lhes o que podem e o que não, ainda não entenderam nada. Esse papel é do Espírito Santo dado a cada um que recebe a Jesus como Salvador e Senhor. 

Depois de identificar e admitir a sede de Deus, a parte mais difícil: “… venha a Mim e beba.” Se fosse meramente ir beber, como de uma água qualquer, seria demasiado simples. Todavia, tem um “jeito” de beber, como dos testados nos dias de Gideão, que requer, prudência, vigilância e acaba reprovando a maioria dos que se achegam às águas. 

Pois, para irmos a Cristo em demanda dessa Água, requer esvaziarmos o espaço que está sendo ocupado por outros “líquidos”. “Se alguém quer vir após Mim, negue a si mesmo, tome a cada dia sua cruz e siga-me.” Luc 9;23 

Se, inicialmente, a ideia dum sedento beber se mostra mui atraente, o convite a deixar outras beberagens alternativas nas quais, o sujeito se esbaldava, soa como um desafio para gente corajosa. Por isso, aliás, tão poucos se atrevem a viver com, e para Cristo, integralmente.  

Eventualmente, na tentativa de nos emular a voltarmos ao pecado acusam-nos de nos escondermos “atrás da Bíblia”. Na verdade, nos escondemos em Cristo; os que forem ousados o bastante para tal, e prudentes o suficiente, para o fazer sem reservas, deveriam vir também. Ele É Poderoso o suficiente para salvar todos os que se achegam a Ele. 

No entanto, os que misturam “bebidas” num coquetel espúrio, dizendo-se de Cristo, e anexando crenças em coisas não ensinadas por Ele, testificam assim, que não beberam, deveras. “Aquele que beber da Água que Eu lhe der, nunca mais terá sede; porque a Água que Eu lhe der se fará nele uma fonte, que salta para a Vida Eterna.” Jo 4;14 

Se fazer nele uma fonte, não atina a suprir sua sede, mas, torná-lo uma testemunha de Cristo, portador da Água e apresentá-la para outros sedentos. “Pregai O Evangelho a toda a criatura.” 

A sede de vida saciada acende outra sede; de fazer com que outros também conheçam e bebam, da bendita água que nos salvou. “O Espírito e a noiva dizem, vem! Quem ouve diga: Vem! Quem tiver sede venha e beba de graça da Água da Vida.” Apoc 22;22